Música acessível em:http://www.youtube.com/watch?v=vFQntoVn1BA
Sexta-feira. Cinzas.
Este carnaval, eu não pulei.
Não dancei, não dei piruetas, não ri, não bebi caipirinha de péssima qualidade na Lapa.
Este carnaval eu me tranquei no meu quarto; eu sozinho com a escrita, o computador e algumas idéias soltas. Eu, eu e a solidão.
Neste carnaval eu bebi mate para me manter desperto, pois não podia perder as idéias no sono entre a madrugada e a manhã seguinte.
Houve bloco. Passou pela minha rua. Fechei a janela. Quando não bastou, abri a janela e esperei o bloco passar. Sorri.
Este carnaval eu me tranquei no meu quarto; eu sozinho com a escrita, o computador e algumas idéias soltas. Não podia perder as idéias no sono entre a madrugada e a manhã seguinte.
Quando houve fome, comi.
Quando deu vontade, caguei.
Quando muito o calor, tomei banho.
Este carnaval eu me tranquei no meu quarto; eu sozinho com a escrita, a solidão e algumas idéias soltas. Pensei na vida até agora. Pensei na vida daqui pra frente.
Não saí de casa, exceto quando para arejar um pouco a mente. Caminhava um pouco pela praia, e voltava.
Neste carnaval houve sorvete de creme para me manter desperto, pois não podia perder as idéias no sono entre a madrugada e a manhã seguinte.
Quando deu cansaço, caminhei.
Quando deu sono, dormi.
Quando vontade, tomei sorvete.
Este carnaval eu me tranquei no meu quarto; eu, a solidão, e umas outras coisas.