segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Um chocolate quente, por favor (ao som de "Between the bars", by Madeleine Peyroux)

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São 22 horas deste domingo. Estou sentado aqui na padaria, bebendo chocolate quente. Sim, sou uma daquelas monótonas criaturas que vão sempre aos mesmos lugares e pedem sempre as mesmas coisas.
"Um chocolate quente, por favor. Forte. E extremamente quente."
Estamos aqui, eu, a caneta e o envelope de carta. Os dois últimos, inanimadas testemunhas de minha solidão. Olho para o hipotético Rogério que estaria sentado ao meu lado, pergunto: "Onde vai reterritorializar-se tudo isso?"
Desculpem esta mensagem um pouco autobiográfica, mas estou aqui, perdido entre o chocolate quente e o caos. Olho para as animadas pessoas que conversam futilidades ao meu redor. Olho para o belo par de olhos também solitário que perscruta um livro e os outros. Pergunto em pensamento:"será que você aguenta o tranco?"
Os jovens burgueses desta cidade burguesa, esculpidos para parecerem jovens anti-moda, esculpidos à moda anti-moda.
E eu aqui, do alto de minha arrogância. Pelo menos, esta arrogância é melhor que o caos. Fudeu, percebi o porquê da arrogância, agora tudo voou como um castelo de cartas. Estou de novo entre o caos e o chocolate. E -puta que pariu- o chocolate acabou. Pago o chocolate, e sigo em direção à rua e ao caos.

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