domingo, 26 de agosto de 2007

Luz amarela

A luz amarela. Eu vejo. É ela, escondida pela fresta da janela. As cortinas em tom cru, deixando transparecer ou um tom cru ou um descaso pela cor. Cortinas e tom cru. Como queijo com goiabada. Janela que eu vejo daqui, desta praia quase deserta. O mar brinca, agitado de revolver e moldar a poeira clara. Em tom cru. Bela, iluminada pela luz amarela dos postes que lhe servem de adorno. O sinal grita: alerta! Luz amarela. Os pedrestes ensaiam atravessar, e assim o fazem em seguida. E o carro, então, pede passagem. Pisca-alerta. Passa, pedindo passagem com a singela luz amarela.



Neste texto, eu tive a intenção de transformar essas luzes amarelas, por nós tão ignoradas, em linguagem. Espero que o texto tenha causado a impressão de não haver nada importante, e de que ainda havia algo a ser dito. Assim como nós ignoramos as luzes amarelas.

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